O FUTEBOL EM JOGO – Berilo de Castro
O FUTEBOL EM JOGO – 
O futebol brasileiro passa por um 
momento que merece uma certa reflexão e um certo entendimento. 
Acompanhamos com apreensão e indignação o dia a dia do nosso bem amado 
futebol. Não somos mais surpreendidos com tantos contratos bilionários 
nos dias de hoje. Mas não enxergamos e nos assombramos com o alto valor 
das peças adquiridas. Há exagero? Sim! Há exagero, é o que temos 
observado no campo de jogo, quando acompanhamos e assistimos a esses 
milionários da bola em ação; facilmente visíveis pela falta de qualidade
 que são possuidores.
Há, na verdade, uma idiossincrasia futebolística.
São jogadores que, em início de suas 
carreiras, se destacam em poucos jogos e são de imediato consagrados 
pela mídia nacional como verdadeiros craques. Nesse contexto, existe uma
 figura que se destaca mais do que o jogador; mais inteligente, mais 
cabeça, enfim, é quem vai conduzir a vida futura do atleta, dentro e 
fora do campo — o empresário de futebol, —, bela e rica profissão nos 
dias de hoje.
O intercâmbio com o futebol europeu e 
asiático é pura realidade. É só esperar a abertura da “janela” de 
transferência para se consolidar os milionários contratos com os nossos 
jovens e imaturos atletas.
Estamos perdendo muito cedo os nossos 
bons jogadores; e, assim, enfraquecemos e destroçamos nossas equipes, 
caindo, consequentemente, o bom nível dos nossos embates regionais.
Ainda mais, passamos a assistir e 
presenciar operações inversas, ou seja, importação de atletas nossos, 
que rondaram e rodaram o “mundo todo” do futebol estrangeiro e nada 
conseguiram. Aí entra novamente a figura do esperto intermediário ou 
mesmo de técnicos empresários, que indicam contratações e mais 
contratações dessas peças de estaleiros. Resultado da operação: 
jogadores contratados a peso de ouro, com futebol a peso de cavaco 
chinês.
Uma outra situação que temos assistido é
 a contratação milionária pelos nossos grandes clubes de jogadores em 
final de carreira, procedentes dos milionários times da Europa. Nada 
acrescentam, só repousam e se encostam nos Departamentos Médicos, 
tratando suas velhas e incuráveis lesões e, ainda, enchendo os cofres e 
mantendo as suas poupanças robustas.
Com esse desenho mal traçado na 
prancheta, o resultado é o que infelizmente estamos assistindo nos dias 
de hoje: os famosos clássicos de outrora, hoje, são verdadeiras e 
repudiadas peladas, que dão sono em coruja e na guarda real  britânica.
Não podemos deixar de registrar, também,
 a indignação dos torcedores e do povo potiguar por essa fase negra que 
atravessa o nosso futebol. O ABC F.C e o Globo, de Ceará-Mirim, brigando
 com unhas e dentes, menos com os pés e as cabeças, para não caírem para
 na série D, a excrescência do futebol brasileiro. E o Mecão, esse já 
dorme no desconfortável,  indesejável e maldito berço esplêndido  da  
série D (de derrotado).
Que tristeza! Que mediocridade!
Berilo de Castro – Médico e Escritor – berilodecastro@hotmail.com.br

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