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22/07/2015

AINDA BRITO VELHO


CONSELHOS E APELIDOS

Valério Mesquita*
mesquita.valerio@gmail.com

01) Educado, simples, comunicativo, assim é o ex-conselheiro do TCE e ex-deputado Manoel de Medeiros Brito. Conheci-o no antigo prédio da Assembléia Legislativa, hoje sede do Tribunal de Contas do Estado, usando gravata borboleta e defendendo as cores da UDN. A sua inteligência e perspicácia produzem causos que não podem se perder na poeira do tempo. E o jornalista Machadinho, que ele apelida “Machado Lopes”, me proporciona a cortesia especial de relatá-los, para o deleite dos leitores.
02) Numa conversa descontraída, perguntaram a Brito qual a sua definição sobre o casamento. De bate pronto, fulmina: “uma ilusão gratulatória”. De outra feita, Afonso, um dos seus motoristas da atividade oficial, recebeu dele um apelido que exprimia fielmente o significado de suas proezas de paquerador. Afonso era baixinho, entroncado, mas era querido do mulheril funcional que beirava a menopausa. E Afonso “passava” as gordinhas, mal-amadas, pernetas, num comovente “ofício de caridade”. Sabedor de suas façanhas, Brito desfechou-lhe um apelido definitivo: “Areia de Cemitério”. Come tudo.
03) Certa vez, um colega de governo, foi lhe pedir um conselho. Já se casara duas vezes e estava na iminência da terceira mulher. Brito cofia o bigode e alerta: “Cuidado Totó, você já é reincidente!”.
04) Outro secretário de estado estava apaixonado fora do casamento. Num almoço, sapecou-lhe a pergunta: “como está de arrumação?”. Silêncio. Insiste Brito: “Deu no aro?”. Resposta tímida do interlocutor: “Deu”. “Então é separação consumada”, vaticina Brito Velho de Guerra.
05) O Dr. Tarcísio Maia, seu grande amigo, recebeu o apelido de “Sebastião” e ninguém sabia a razão. É que o ex-governador gostava de vestir um terno branco. E lá pelos idos de 50, outro político também era conhecido bastante por esse hábito: o vereador natalense Sebastião Malaquías, muito popular à época. E num comício em Natal, Tarcísio Maia havia se postado de pé, entre os circunstantes. De vez em quando, chegava um eleitor, batia-lhe no ombro e perguntava: “É seu Sebastião?”. “Não”, respondia secamente Tarcísio. Veio o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto: “É seu Sebastião?”. “Não”, sempre a mesma resposta dietética. Observador de tudo, Brito não resistiu ao epíteto: “Sebastião”.
06) Raul, foi um dos seus últimos motoristas. Em Mossoró, na residência do casal Edith/Soutinho foi servido um lauto jantar a comitiva política que visitava Mossoró. Raul, muito displicente e acanhado, perdeu o jantar que D. Edith, mulher política e sensível, fazia questão de estender aos motoristas as mesmas iguarias que eram servidas aos convidados. Às 11 da noite, Brito dá o sinal de largada com retorno à Natal. No caminho, impressionado com o lauto rega-bofe, ao lado de Machadinho, indaga a Raul: “Jantou bem?”. “Não senhor”, reponde o tímido motorista. “O quê? Um belo jantar desse você perdeu?”. Já em Natal, Manoel de Brito não conteve o comentário: “Raul, amigo velho, pomba mole nem no céu entra!!”. Raul aprendeu a lição.


(*) Escritor.
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Academia Norte Rio-Grandense de Letras

Sessão Conjunta de Assembleia Plenária e Conselho de Cultura
Nesta terça-feira 21 foi realizada uma sessão conjunta da ANRL e o Conselho de Cultura do Estado para apreciar alguns assuntos de grande relevância, conforme convocação feita pelo Edital nº 04, de 14 de julho de 2015.
Na hora aprazada, com as presenças dos Presidentes Diógenes da Cunha Lima e Iaperi Araújo foram desenvolvidos os assuntos da seguinte pauta:
        1. Programação para os  80 anos da Academia de Letras (14/ 11 / 2016) já em elaboração.
        2. Projeto das Insígnias e Vestes Acadêmicas - por Iaperi Araújo (Brasão, Bandeira e a logomarca dos 80 anos da Academia), que está em final de elaboração. 

     3. Orçamentos e Ações para instalação da plataforma elevatória. Foram realizados encontros dos dois presidentes com a Secretaria de Estado da Educação e Cultura, havendo confirmada a possibilidade de solução a curto prazo. O Acadêmico Carlos Gomes solicitou a uma empresa orçamento para esse equipamento, que esteve fazendo medições e dará a cotação ainda esta semana, como também estão sendo esperados outros orçamentos. 
     4.Proposta de alteração de artigo do Estatuto. Autoria: Acadêmico Armando Negreiros, presidente da Comissão de Revisão do Estatuto e Regimento Interno, juntamente com os Acadêmicos Carlos Gomes, Leide Câmara, Sônia Faustino e Jurandyr Navarro. O assunto ficou remarcado com a apresentação do esboço do que já foi elaborado até o presente momento, já na próxima reunião. 
5. Indicação de Acadêmicos para saudação "In memoriam" dos Imortais falecidos, tendo ficado acertado convidar o Acadêmico Sanderson Negreiros para a saudação de louvor ao Professor Hermógenes (cadeira 20 e Ticiano Duarte para o Acadêmico Agnelo Alves, cadeira 4. 
6. Continuidade da Série Memorialística  (Sugestão do Acadêmico Ticiano Duarte, que foi aprovada por unanimidade). Já foram concluídos os trabalhos sobre Anna Maria Cascudo Barreto,  Sonia Maria Fernandes Faustino e Iaperi Araújo. O Acadêmico Carlos Gomes informou que o seu trabalho também está concluído, em colaboração com o escritor Manoel Onofre Júnior.
7. A Acadêmica Sônia Faustino deu conta da bela solenidade de inauguração do novo prédio da UNIFACEX, onde foi feita uma homenagem in memoriam ao Professor João Fatustino. 
Sem mais assuntos a tratar foi encerrada a reunião, sendo os diversos temas registrados pela Secretária Leide Câmara.
Natal, 21 de julho de 2015 (terça-feira)
Sala do Conselho de Cultura
Diógenes da Cunha Lima
Presidente da ANRL
Iaperi Araújo
Presidente do Conselho de Cultura

Leide Câmara
Secretária da sessão
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21/07/2015

Os Trindades de Papary



João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Câmara Cascudo, escrevendo sobre o Sítio Floresta, que pertenceu aos pais da escritora Nísia Floresta, conta que D. Antônia Clara, viajando para o Rio de Janeiro e aí morando, resolveu vender Floresta e, a 9 de junho de 1853, passou procuração bastante ao seu parente coronel Bonifácio Câmara. Não assinou por não saber escrever. A 8 de maio de 1857, Floresta era vendida a Luiz Bezerra Augusto da Trindade, por 400$. D. Antônia Clara já falecera (1855) e em 1853 se dissera possuidora única de Floresta, pela morte da filha Maria Izabel e do neto Camilo Augustos. Luiz Bezerra Augusto da Trindade morreu em 1881 e seus filhos e netos ficaram arrendando o sítio, com Floresta (sic). O maior proprietário era Francisco Teófilo Bezerra da Trindade (falecido a 3 de outubro de 1938).
Procurei os livros da paróquia de Papari em busca de informações maiores sobre os Trindades de lá. Os registros não eram bem conservados e obtive menos informações do que procurava. Mas Genealogia se faz com o que se tem. Com a ajuda da Hemeroteca Nacional complementei algumas informações.
 O primeiro registro que encontro é o batismo de José: Aos oito de agosto de mil oitocentos e cinquenta e oito, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente, a José, nascido a 6 desta mês, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Cabral de Vasconcellos, moradores nesta Vila; foram padrinhos  Alberto  Cabral de Vasconcelos e Thereza Genuína de Vasconcellos, do que para constar mandei fazer este assento em que assino. O vigário José Alexandre Gomes de Mello.
Posteriormente, encontro registros de batismos de dois filhos com o mesmo nome. Observe que o nome da mãe é escrito de forma diferente nos dois documentos.
Aos quatro de dezembro de mil oitocentos e cinquenta e nove, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente a Augusto, nascido aos vinte e seis de novembro do dito ano, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Rosalina Cabral de Vasconcellos Galvão, moradores nesta Vila; foram padrinhos Amaro Carneiro Bezerra Cavalcante, por seu procurador José Coelho de Vasconcellos Galvão e Joanna Cândida Pinheiro da Câmara, por seu procurador Francisco Lopes Galvão, do que para constar mandei fazer este assento em que assino, o vigário José Alexandre Gomes de Mello.
Pelo jornal “O Rio Grandense do Norte”, datado de 1856, encontrei a informação que esse Francisco Lopes Galvão era sogro de Luiz Bezerra, portanto, pai de Jozina. Vejamos o registro do outro Augusto.
Aos dezenove de março de 1861, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente a Augusto nascido a quinze de janeiro deste ano, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Rozalina Cabral, moradores nesta Vila. Foram padrinhos Francisco José Pereira Cavalcante de Albuquerque e Otília Olímpia Galvão. Do que para constar mandei fazer este assento em que assino. José Alexandre Gomes de Mello.
Depois dos dois Augustos, o próximo registro que encontrei foi do ano de 1875: Aos vinte e nove de agosto de mil oitocentos e setenta e cinco, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente a Luiz, nascido a vinte e três do mês próximo passado, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Rozalina Cabral, moradores nesta Vila, sendo padrinhos José Coelho de Vasconcellos Galvão e Luzia Olímpia Cabral de Vasconcellos, do que fiz este. Vigário Manoel Ferreira  Lustosa Lima.
Desse Luiz, encontrei o seu casamento, aqui na cidade do Natal, com uma sobrinha, pois o pai da noiva era irmão do noivo e as mães tinham algum parentesco: Aos trinta de julho de mil novecentos e quatorze, na Igreja Catedral, feitas as proclamações sem impedimento, impetrado dispensa de segundo atingente ao primeiro e terceiro atingente ao segundo grau simples de consanguinidade e observadas as demais formalidade prescritas, assisti com as testemunhas Doutor Joaquim Ferreira Chaves, Governador do Estado e Francisco Herôncio de Mello, ao recebimento matrimonial do Bacharel Luis Segundo Bezerra da Trindade e Esther Bezerra da Trindade, ele filho legítimo de Luiz Augusto Bezerra da Trindade e Jozina Rosalinda Cabral de Vasconcellos, solteiro, com trinta e nove anos de idade  natural da Freguesia de Papary e residente na cidade do Rio de Janeiro, ela filha legítima de Francisco Theóphilo Bezerra da Trindade, e Domitilla Galvão Bezerra da Trindade, solteira com 23 anos, natural desta Freguesia e nela moradora; do que fiz este termo que assino. O Vigário, Cônego Estevam José Dantas.
Havia outro filho de Luiz Augusto e Jozina com o nome de Luiz: era o Bacharel Luiz Augusto Bezerra da Trindade Junior, que morreu no Paraná, em 1890.
Outro Trindade que encontro é José Rutio Bezerra da Trindade. Segundo o jornal Jaguarary, datado de 1851, ele era irmão de Luiz Augusto Bezerra da Trindade. Vejamos os registros encontrados dos filhos de José Rutio e sua esposa, Dona Maria Federalina, todos na Matriz de Papari.
Joaquim nasceu aos 21 de janeiro de 1854, e, foi batizado aos 31 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos Luiz Bezerra Augusto da Trindade e Delfina Maria da Encarnação; Joana nasceu aos 13 de fevereiro de 1859, e, foi batizada aos vinte e sete do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos Luiz José da Silva e Antonia Joaquina de Oliveira; Antonio nasceu a 16 de março de 1860, e, foi batizado ao 1 de abril do mesmo anos, tendo como padrinhos Manoel José de Moura e Maria Ignácia de Carvalho; Luiz nasceu aos 20 de agosto de 1868, e, foi batizado aos 24 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos João Freire de Amorim e Maria Francelina Freire, por sua procuradora Francelina Freire de Oliveira; José nasceu aos 27 de agosto de 1876, e, foi batizado ao 1 de janeiro de 1877, tendo como padrinhos o cônego Gregório Ferreira Lustosa, com procuração de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e Joanna Cerqueira de Carvalho Souto.
Dessa família era Virgilio Galvão Bezerra da Trindade. Vejamos o batismo dele, aqui em Natal: Aos trinta e um de julho de mil oitocentos e oitenta e sete na igreja de Santo Antonio, batizei solenemente o párvulo Virgílio, nascido a cinco de abril do mesmo ano, filho legítimo de José Cândido Bezerra da Trindade e dona Ubaldina Leopoldina Bezerra da Trindade, sendo padrinhos Joaquim José de Magalhães e dona Coralina Machado Magalhães; do que  para constar mandei fazer este assento, que assino. O padre João Maria de Brito.
O registro de óbito de José Cândido, pai de Virgílio, tem uns trechos ilegíveis por conta da tinta usada, mas segue o que conseguimos ler: Aos sete de abril de mil oitocentos e noventa e um, nesta cidade, faleceu da vida presente e sepultado no Cemitério Público, José Cândido Bezerra da Trindade, oficial do Exercito, idade vinte e sete anos, natural de Papary, casado com Ubaldina Elycina de Vasconcellos Galvão, recebeu os sacramentos da Igreja. Padre João Maria.
Esse José Cândido, acredito era filho de  Luiz Augusto, mas a idade, no óbito,  não bate com o batismo de José, filho do dito Luiz.
Não localizei o casamento de Virgílio, que foi em 31 de dezembro de 1919, mas encontrei no livro de dispensa, que Virgílio Bezerra da Trindade e Diva Ferreira de Andrade tiveram dispensa de 3º grau atingente aos segundo de consanguinidade.
Em Papari encontrei um Francisco Antonio da Trindade, mas não localizai a relação dele com Luiz Augusto e José Rutio. Vamos ver se com a publicação deste artigo, mas luz surja para completar a genealogia desses Trindades, da terra de Nísia Floresta.

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Eles compraram o Sítio Floresta, onde nasceu Nísia Floresta, a grande escritora do  Brasil.

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Câmara Cascudo, escrevendo sobre o Sítio Floresta, que pertenceu aos pais da escritora Nísia Floresta, conta que D. Antônia Clara, viajando para o Rio de Janeiro e aí morando, resolveu vender Floresta e, a 9 de junho de 1853, passou procuração bastante ao seu parente coronel Bonifácio Câmara. Não assinou por não saber escrever. A 8 de maio de 1857, Floresta era vendida a Luiz Bezerra Augusto da Trindade, por 400$. D. Antônia Clara já falecera (1855) e em 1853 se dissera possuidora única de Floresta, pela morte da filha Maria Izabel e do neto Camilo Augustos. Luiz Bezerra Augusto da Trindade morreu em 1881 e seus filhos e netos ficaram arrendando o sítio, com Floresta (sic). O maior proprietário era Francisco Teófilo Bezerra da Trindade (falecido a 3 de outubro de 1938).
Procurei os livros da paróquia de Papari em busca de informações maiores sobre os Trindades de lá. Os registros não eram bem conservados e obtive menos informações do que procurava. Mas Genealogia se faz com o que se tem. Com a ajuda da Hemeroteca Nacional complementei algumas informações.
 O primeiro registro que encontro é o batismo de José: Aos oito de agosto de mil oitocentos e cinquenta e oito, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente, a José, nascido a 6 desta mês, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Cabral de Vasconcellos, moradores nesta Vila; foram padrinhos  Alberto  Cabral de Vasconcelos e Thereza Genuína de Vasconcellos, do que para constar mandei fazer este assento em que assino. O vigário José Alexandre Gomes de Mello.
Posteriormente, encontro registros de batismos de dois filhos com o mesmo nome. Observe que o nome da mãe é escrito de forma diferente nos dois documentos.
Aos quatro de dezembro de mil oitocentos e cinquenta e nove, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente a Augusto, nascido aos vinte e seis de novembro do dito ano, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Rosalina Cabral de Vasconcellos Galvão, moradores nesta Vila; foram padrinhos Amaro Carneiro Bezerra Cavalcante, por seu procurador José Coelho de Vasconcellos Galvão e Joanna Cândida Pinheiro da Câmara, por seu procurador Francisco Lopes Galvão, do que para constar mandei fazer este assento em que assino, o vigário José Alexandre Gomes de Mello.
Pelo jornal “O Rio Grandense do Norte”, datado de 1856, encontrei a informação que esse Francisco Lopes Galvão era sogro de Luiz Bezerra, portanto, pai de Jozina. Vejamos o registro do outro Augusto.
Aos dezenove de março de 1861, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente a Augusto nascido a quinze de janeiro deste ano, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Rozalina Cabral, moradores nesta Vila. Foram padrinhos Francisco José Pereira Cavalcante de Albuquerque e Otília Olimpia Galvão. Do que para constar mandei fazer este assento em que assino. José Alexandre Gomes de Mello.
Depois dos dois Augustos, o próximo registro que encontrei foi do ano de 1875: Aos vinte e nove de agosto de mil oitocentos e setenta e cinco, nesta Matriz de Papari, batizei solenemente a Luiz, nascido a vinte e três do mês próximo passado, filho legítimo de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e de Jozina Rozalina Cabral, moradores nesta Vila, sendo padrinhos José Coelho de Vasconcellos Galvão e Luzia Olímpia Cabral de Vasconcellos, do que fiz este. Vigário Manoel Ferreira  Lustosa Lima.
Desse Luiz, encontrei o seu casamento, aqui na cidade do Natal, com uma prima legítima, onde os pais eram irmãos e as mães tinham algum parentesco: Aos trinta de julho de mil novecentos e quatorze, na Igreja Catedral, feitas as proclamações sem impedimento, impetrado dispensa de segundo atigente ao primeiro e terceiro atigente ao segundo grau simples de consanguinidade e observadas as demais formalidade prescritas, assisti com as testemunhas Doutor Joaquim Ferreira Chaves, Governador do Estado e Francisco Herôncio de Mello, ao recebimento matrimonial do Bacharel Luis Segundo Bezerra da Trindade e Esther Bezerra da Trindade, ele filho legítimo de Luiz Augusto Bezerra da Trindade e Jozina Rosalinda Cabral de Vasconcellos, solteiro, com trinta e nove anos de idade  natural da Freguesia de Papary e residente na cidade do Rio de Janeiro, ela filha legítima de Francisco Theóphilo Bezerra da Trindade, e Domitilla Galvão Bezerra da Trindade, solteira com 23 anos, natural desta Freguesia e nela moradora; do que fiz este termo que assino. O Vigário, Cônego Estevam José Dantas.
Havia outro filho de Luiz Augusto e Jozina com o nome de Luiz: era o Bacharel Luiz Augusto Bezerra da Trindade Junior, que morreu no Paraná, em 1890.
Outro Trindade que encontro é José Rutio Bezerra da Trindade. Segundo o jornal Jaguarary, datado de 1851, ele era irmão de Luiz Augusto Bezerra da Trindade. Vejamos os registros encontrados dos filhos de José Rutio e sua esposa, Dona Maria Federalina, todos na Matriz de Papari.
Joaquim nasceu aos 21 de janeiro de 1854, e, foi batizado aos 31 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos Luiz Bezerra Augusto da Trindade e Delfina Maria da Encarnação; Joana nasceu aos 13 de fevereiro de 1859, e, foi batizada aos vinte e sete do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos Luiz José da Silva e Antônia Joaquina de Oliveira; Antonio nasceu a 16 de março de 1860, e, foi batizado ao 1 de abril do mesmo anos, tendo como padrinhos Manoel José de Moura e Maria Ignácia de Carvalho; Luiz nasceu aos 20 de agosto de 1868, e, foi batizado aos 24 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos João Freire de Amorim e Maria Francelina Freire, por sua procuradora Francelina Freire de Oliveira; José nasceu aos 27 de agosto de 1876, e, foi batizado ao 1 de janeiro de 1877, tendo como padrinhos o cônego Gregório Ferreira Lustosa, com procuração de Luiz Bezerra Augusto da Trindade e Joanna Cerqueira de Carvalho Souto.
Dessa família era Virgílio Galvão Bezerra da Trindade. Vejamos o batismo dele, aqui em Natal: Aos trinta e um de julho de mil oitocentos e oitenta e sete na igreja de Santo Antonio, batizei solenemente o párvulo Virgílio, nascido a cinco de abril do mesmo ano, filho legítimo de José Cândido Bezerra da Trindade e dona Ubaldina Leopoldina Bezerra da Trindade, sendo padrinhos Joaquim José de Magalhães e dona Coralina Machado Magalhães; do que  para constar mandei fazer este assento, que assino. O padre João Maria de Brito.
O registro de óbito de José Cândido, pai de Virgílio, tem uns trechos ilegíveis por conta da tinta usada, mas segue o que conseguimos ler: Aos sete de abril de mil oitocentos e noventa e um, nesta cidade, faleceu da vida presente e sepultado no Cemitério Público, José Cândido Bezerra da Trindade, oficial do Exercito, idade vinte e sete anos, natural de Papary, casado com Ubaldina Elycina de Vasconcellos Galvão, recebeu os sacramentos da Igreja. Padre João Maria.
Esse José Cândido, acredito era filho de  Luiz Augusto, mas a idade, no óbito,  não bate com o batismo de José, filho do dito Luiz.
Não localizei o casamento de Virgílio, que foi em 31 de dezembro de 1919, mas encontrei no livro de dispensa, que Virgílio Bezerra da Trindade e Diva Ferreira de Andrade tiveram dispensa de 3º grau atingente aos segundo de consanguinidade.
Em Papari encontrei um Francisco Antonio da Trindade, mas não localizai a relação dele com Luiz Augusto e José Rutio. Vamos ver se com a publicação deste artigo, mas luz surja para completar a genealogia desses Trindades, da terra de Nísia Floresta.


Abraços 
João Felipe da Trindade
Natal, Rio Grande do Norte

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20/07/2015

MANOEL DE MEDEIROS BRITO


A VERVE DE “BRITO VELHO”

Valério Mesquita*
mesquita.valerio@gmail.com

01) O ex-deputado, secretário de estado e conselheiro do Tribunal de Contas do estado Manoel de Medeiros Brito é dono de um repertório de históricas, nascidas do seu “fair-play”, “savoir vivre” e bom humor. São necessários três idiomas para definir a extraordinária espirituosidade de uma vivencia tão rica de situações e fina hilariedade. O jornalista João Batista Machado que o chama de “Brito Velho”, alusão ao ex-deputado federal gaúcho, possui um longo repertório e causos e acontecências colhidos ao longo de sua vida pública.
02) Certa vez, estava no interior quando veio o apelo irresistível de uma cachacinha. O seu fiel escudeiro era Raul, motorista. “Raul”, recomenda Brito, com parcimônia, “veja se encontra nesses botecos uma cachaça pelo menos razoável”. Empreendida a busca, volta Raul com a recomendação protocolar: “Doutor Brito, tem umas mas não são de boa qualidade”. Brito, sediço e aliciador, sentencia: “Seu Raul, ruim é não ter”.
03) Brito é um exímio apreciador da “pinga” nordestina. Degusta o precioso liquido como se fosse um príncipe do semi-árido. Como secretário do Interior e Justiça, Brito gostava de integrar a comitiva oficial às reuniões da Sudene em Recife. E explicava ao jornalista Machadinho: “eu vou porque lá é tudo muito bom e barato”. Mas nunca perdia o paladar de uma branquinha. Na capital do frêvo, encontrava sempre o amigo Raimundo Nonato Borba, chefe da Representação do Rio Grande do  Norte junto a Sudene. Como é do seu hábito arranjou-lhe logo um apelido: Borba Gato. E no trajeto do aeroporto à Sudene, do banco traseiro Brito  avisava: “Borba Gato não se descuide de parar antes num boteco para eu beber um “rabo de lagartixa”.
04) O Palácio Campo das Princesas, em Recife, era o local refinado nas reuniões da Sudene para os convescotes e rega-bofes, do mundo oficial do Nordeste. Num desses eventos gastronômicos, estava presente o então secretário da Industria e Comércio do Rio Grande do Norte Jussier Santos, conhecido pela sua finesse,  foi logo servindo-se de champion e sugerindo a Brito para provar aquela delicia. E esse responde de bate pronto: “Jussier, eu não como frieira”.
05) Em outro almoço, alguém da comitiva oficial do Rio Grande do Norte provoca Brito ao avistar apetitosos camarões: “Brito, sinta o cheiro inconfundível”. Este, com aquele olhar jardinense do Seridó corrige:  “IN não. Cheiro confundível!”.


(*) Escritor.
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19/07/2015

Acla Pedro Simões Neto

ACLA ENTREVISTA
A Academia Cearamirinense de Letras e Artes Pedro Simões Neto dá prosseguimento ao seu projeto literário semanal, harmonizando-se e confraternizando-se, sobretudo agradecendo a receptividade dos  conterrâneos e conterrâneas no que diz respeito aos artigos, aulas, contos, poesias, prosas e biografias, através de comentários, curtições e compartilhamentos. 

A partir de hoje, 19 de Julho de 2015, a cada domingo queremos surpreender a todos os nossos leitores com mais um elemento no processo cotidiano, levados até vocês que curtem a ACLA. Assim sendo, traremos ao “palco” uma série de entrevistas, com intelectuais e artistas, que marcam cenário nacional, regional e local.

A primeira entrevista, em rede social, é com o sócio Benemérito desta Academia, é com CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, intelectual que honra o nosso Estado.

Questionário

1. Apresente-se ao leitor, quem é você?
RESPOSTA: Nasci no clamor da 2ª guerra mundial (setembro de 1939), na Av. Rio Branco nº 710, centro dos xarias, sob as apreensões dos meus pais José Gomes da Costa e D. Maria Ligia de Miranda Gomes pela situação em que Natal se encontrava, com ameaças de ser invadida. Após o término do Conflito fui morar no interior onde papai era Juiz, notadamente Angicos, Penha (Canguaretama) e Macaíba, convivendo com a paisagem bucólica das regiões onde morei. Após perder alguns anos de estudo, mercê das transferências de papai em pleno ano letivo, afinal ao virmos para Natal passei a ter o estudo regular: primário no Instituto Batista do Natal; ginasial no Ginásio Natal, do Professor Severino Joaquim da Silva. Nesse período dos anos 50 fui radialista integrando o cast da Rádio Poti de Natal e da SAE. Concluí o Científico no velho Atheneu. Como fui servir ao Exército Nacional (16º) RI no último ano do Curso Secundário (1959) perdi muitas aulas e decidi pedir exoneração de dois empregos – SENAC e Tribunal de Justiça e fui estudar em Recife, num cursinho na Escola Politécnica, de lá regressando a Natal onde, em 1962 ingressei no Tribunal Regional Eleitoral, depois para o Tribunal de Contas (Auditor e Procurador), de onde me aposentei em 1988. Fiz o Curso de Direito na velha Faculdade da Ribeira (1964-1968). Inscrito como advogado na OAB/RN de onde fui Presidente. Em 1976 fui convidado para ensinar na UFRN onde depois fui efetivado por aprovação em concurso e ensinei como Professor do Departamento de Direito Público até 2006. Conquistei o título de Mestre em Direito Constitucional pela UFC em convênio com a UnP de onde fui professor e responsável pela implantação do Curso de Direito. No período de 1997 a 2002 fui o primeiro Controlador Geral do Estado, após isso fui Diretor da Administração Indireta do TCE e primeiro Diretor da Escola de Contas “Prof. Severino Lopes de Oliveira” até 2004. Daí em diante não mais exerci qualquer cargo público em razão de ter sido acometido de doença grave da qual faço tratamento até hoje, embora ainda mantenha inscrição como advogado. Diante disso, passei a dar o resto das minhas energias às entidades de cultura: Academia Macaibense de Letras, Academia de Letras Jurídicas do RN, UBE-RN, Instituto Norteriograndense de Genealogia, Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, IHGRN e colaboração com a ACLA Pedro Simões Neto. Casado com Therezinha Rosso Gomes há 52 anos, pai de Rosa, Thereza Raquel, Carlos Rosso e Rocco José e avô de Lucas, Carlos Victor, Raphael, Gabriela, Maria Clara, Carlos Neto e Guilherme, feliz como pinto em ...

2. Como se deu conta de que queria ser escritor?
RESPOSTA: Desde os anos 50 rabiscava poesias. Nos anos 70 escrevi o primeiro livro, de natureza jurídica, e em seguida várias outras obras técnicas publicadas até 2005. Após esse ano passei a escrever livros de literatura tradicional do que já contabilizo cinco trabalhos. Então, escrever sempre esteve em minhas pretensões como coisa absolutamente natural, a depender da inspiração ou da motivação de temas.

3. Quais são as suas principais influências literárias (autores)?
RESPOSTA: Quando morei em Macaíba adquiria revistas em quadrinho que eram trazidas por um gazeteiro todas as tardes no ônibus das 5 horas, em especial a Revista Edição Maravilhosa que trazia as obras dos autores brasileiros: O Seminarista, O rio do Quarto, a Pata da Gazela etc. tomei conhecimento de alguma coisa dos irmãos Souza – Auta, Henrique e Eloi. Nessa época eu recebi de presente o livro – “Anos de Ternura”, de A.J.Cronin e nunca mais parei de ler. Tenho uma boa biblioteca de autores nacionais, estrangeiros e, com carinho e orgulho, de autores potiguares. Já em Natal, fui orientado pelo meu inesquecível professor Raimundo Nonato da Silva, conhecido escritor oestano e passei a frequentar livrarias e adquirir os trabalhos que, precariamente, então eram publicados pela Gráfica Oficial, pela Clima e pelos próprios autores e então não parei mais. Como dizia Camões. “se mais mundo houvera lá chegara”. Assim, não tenho uma específica influência. Leio o que gosto e o que considero bom, independentemente da fama dos autores.

4. Qual a sua maior preocupação ao escrever?
RESPOSTA: Ser claro, bem compreendido e com a capacidade de ser lido por qualquer pessoa, independentemente do grau de conhecimento, além de que o meu trabalho tenha alguma serventia na vida do leitor.

5. O que lhe dá mais prazer no seu processo de escrita?
RESPOSTA: Verificar a utilidade do que escrevo, sem artifícios, sempre buscando a beleza das narrações e dos personagens. Deploro escrever deixando alguma reticência ou insinuação que agrida alguém. Sou direto e verdadeiro.

6. Quais são os seus principais trabalhos escritos?
RESPOSTA: Meu primeiro livro foi publicado em 1975: Da Remuneração dos Vereadores - TCE/RN, 1975 e 2ª ed. Gráfica Manibu. Daí em diante publiquei, praticamente, pelo menos um livro por ano – mais no campo técnico, os quais sempre me deram bom resultado financeiro. Destaco o livro Curso de Direito Tributário, com sete edições, este em parceria com o Prof. Adilson Gurgel e meu último livro técnico – Manual de Direito Financeiro e Finanças, com três edições. Quando resolvi publicar algo fora do ramo técnico, conheci o prejuízo, ainda que vendesse toda a edição, pois dou muitos exemplares de presente e ainda gasto bastante nos lançamentos. A publicação passou a ser uma recompensa apenas no campo intelectual e na satisfação pessoal de deixar registros de fatos e  pessoas que se destacaram, como exemplifico com os livros TESTEMUNHOS, em homenagem ao centenário de nascimento do meu pai Des. José Gomes da Costa – Ed. Sebo Vermelho – agosto 2002; TRAÇOS E PERFIS DA OAB/RN – Natal, Sebo Vermelho, 2008; RESGATE DA MEMÓRIA JURÍDICA POTIGUAR – (sobre Edgar Barbosa, em parceria com Jurandyr Navarro que escreveu sobre Nilo Pereira), Natal, 2009. Participação no livro (Coletânea de trabalhos sobre o Professor Raimundo Nonato Fernandes, in Revista da Procuradoria Geral do Estado, Recife, Imprima, 2010; Trabalho DIREITO TRIBUTÁRIO, em homenagem a Hugo de Brito Machado. São Paulo: Ed. Quartier Latin, 2011; RESGATE DA MEMÓRIA JURÍDICA POTIGUAR (Fernando de Miranda Gomes), da ALEJURN, Natal, abril 2012; O VELHO IMIGRANTE (Il Vecchio Immigrante), Natal, Ed. Sebo Vermelho/Nave da Palavra (UBE/RN), julho 2012, em homenagem ao meu sogro Rocco Rosso; plaquete sobre ALBERTO FREDERICO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO, Patrono da Cadeira nº 2, da Academia Macaibense de Letras, Natal, outubro, 2012; UMA PEQUENA HISTÓRIA, Natal, 2013, em homenagem aos 50 anos de casamento com Therezinha Rosso; UM SÉCULO DE VIDA, em homenagem ao meu tio General Francisco Gomes da Costa, Natal, 2013; Participação na Antologia DIREITO CORPORATIVO, Coordenada pelos advogados André Elali, Evandro Zaranza e Kallina Flôr dos Santos. São Paulo: Ed. Quartier Latin, 2013. Participação na Coletânea CONSTRUTORES DA ÁGORA SOBERANA POTIGUAR – múltiplas memórias” (Professores do ATHENEU), Natal: Edições Infinitas Imagens, 2014. O MENINO DO POEMA DE CONCRETO, traços biográficos do meu irmão Moacyr Gomes da Costa e a odisséia do Machadão, Natal, Sebo Vermelho, 2014. Artigos, trabalhos e ensaios em revistas especializadas e em antologias. Concluí a minha primeira experiência no campo da prosa romanceada AMOR DE VERÃO, com gravuras do meu neto Carlos Victor, a ser publicado ainda este ano. Atualmente concluí ensaios VERDADES CRUZADAS e sobre a CASA DO ESTUDANTE DE NATAL, publicados nas Revistas da ANL nº 41, 42 e 43. Estou terminando um livreto sobre o Centenário do América Futebol Clube e sobre Tonheca Dantas, Patrono da Cadeira 33 da ANRL que hoje ocupo.

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18/07/2015

VM



BEM-VINDOS AO BARBARISMO

Valério Mesquita
Mesquita.valerio@gmail.com

Bem-vindos ao novo mundo do exagero! A mulher ideal, festejada, é aquela bombada, coxas grossas e quadris enormes. Morreu o modelo feminino clássico, comportado, que foi decantado em prosa e verso. E viva o rap, onde a animalidade, a macaquice dos gestos humanos são interpretados como manifestação cultural pelos cariocas. Bom mesmo, até chegar ao orgasmo, é a histeria adolescente que promove o trote universitário. Nele, vê-se um desejo mórbido, doentio, sádico dos jovens que sentem no sofrimento humano, na dor, um prazer sexual que só Freud explica. Só pode ser tara. O problema não é só da polícia mas da psiquiatria. E o bullying?
Bem-vindos ao novo mundo do transtorno de conduta. A prática da virtude é vaiada na rua e banida dos lares, trocada pela patifaria do programa Big Brother. O maníaco sexual, hoje, está dentro de sua casa. A juventude continua enferma, sôfrega, cantando forró erótico de letra pobre e homicida, pois assassinaram a memória musical de Luiz Gonzaga e toda aquela corte formidável de intérpretes da verdadeira mentalidade nordestina. Tudo é abuso, transgressão, subversão da ordem social, cultural e política.
A criança, na escola ou em casa, aprende logo a dançar, remexer o traseiro, a ensaiar os passos promocionais do rap, rumo ao estrelato, para gáudio dos olheiros pedófilos. Ninguém quer ser honesto. Meretriz, em vez de atriz. Eu sei, eu sei que o tempo muda os costumes, o mundo gira, uma geração difere da outra num rodízio interminável. Mas, não poderia mudar pra melhor? Por que os vícios permanecem e triplicam a nocividade no ser humano que cada vez mais sucumbe e se bestializa?
Bem-vindos ao trágico, ao catastrófico e ao sinistro das estatísticas do pós-carnaval nas estradas, nas ruas, nas praias, onde tudo é subvertido em nome da velocidade, do alcoolismo e da vulgaridade. Quantos inocentes não morrem no lugar dos maus? O fabricante do cenário do crime é sempre o próprio homem, pela ganância do dinheiro, pelo prazer indecoroso do sexo e, enfim, toda permissividade inclinada eternamente para o ilícito. Isso vem da gênese e do Gênesis. Aliás, o pecado não mora ao lado e sim, dentro de nós.
Não pensem que sou contra o carnaval, a música, a dança, os divertimentos públicos. Absolutamente. Critico o excesso na bebida, o consumo de drogas, a degradação dos costumes pelo modismo em nome de uma falsa modernidade. Esquece o passista que o chão onde pisa é também o repouso da carniça.
São coisas minhas, muito minhas. Imaginar que as festas ditas profanas reúnem milhões de foliões com gastos e gostos extravagantes! E as festas beneficentes em prol dos oprimidos, dos sem tetos, sem planos de saúde, desempregados e famintos não chegam nem a agrupar um terço de gente e de recursos? Em dezenas de capitais do Brasil o carnaval dura de sete a oito dias. Feriado religioso é mais comemorado nas praias que nos templos. Pode ser que a fé cristã esteja perdendo a parada para o mundo cão. Mas, como o Salvador falou em “benditos do meu Pai”, o processo seletivo se resume numa minoria. “Muitos são chamados e poucos os escolhidos”, apesar da imensa misericórdia de Jesus Cristo.
Mas, afinal, quem for partidário do barbarismo que me desculpe: a leitura da Bíblia, como um hábito, é fundamental para evitar e se defender do caos. Seja íntimo, pois, do Senhor.
Amém.

(*) Escritor.
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17/07/2015


O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE-IHGRN, realizou na data de hoje a SESSÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA, como devidamente convocada de acordo com as disposições combinadas dos artigos 10, parágrafo único, e 15, letra “d” do Estatuto Social vigente.
A sessão foi realizada em em segunda convocação, pelas 16 horas, com pequeno número de associados, que aprovaram , sem restrições, o Relatório de Gestão e a Demonstração Contábil e Patrimonial da Diretoria, exercício de 2014.
O Presidente Valério Mesquita propôs e foi aprovada a determinação de que as Contas fiquem à disposição dos sócios até o dia 31 de julho corrente para exame, após o que será lavrada ata complementar.

Natal, 17 de julho de 2015
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Secretário-Geral
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