21/08/2013



Djalma Maranhão e Dária Cavalcanti de Sousa
Por João Felipe da Trindade

Uma das figuras ilustres da nossa terra foi Djalma Maranhão. Prefeito de Natal, foi cassado pela o regime militar, instalado em 1964. Vejamos seu casamento.

Aos vinte e quatro dias do mês de janeiro de mil novecentos e quarenta e dois, às 17 horas nesta paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, nesta Igreja Catedral, aí presentes o ministro celebrante Padre Severino Bezerra, pró-vigário da referida paróquia, e das testemunhas por fim deste assinadas, celebrou-se o casamento de Djalma Maranhão, com  vinte e cinco anos de idade, de profissão comerciante, domiciliado em Natal, e residente à av. Deodoro, nº 541, com Dária Cavalcanti de Sousa, com vinte e quatro anos de idade, de profissão doméstica, domiciliada em Natal, e residente à av. Rio Bancos, nº 608. O nubente, solteiro, nasceu em Ceará-Mirim, a 27 de novembro de 1915, e foi batizado a 25 de novembro de 1916, filho de Luiz Maranhão, já falecido, natural de São José de Mipibú, com 54 anos, e de Maria Salomé Maranhão, natural de Ceará-Mirim; a nubente, solteira, nasceu em Natal, a 25 de outubro de 1916, e batizada no mesmo ano, filha de Otacílio Costa Filho, falecido, natural de Sergipe, e de Leopoldina Cavalcanti de Sousa, natural de Natal, profissão doméstica, domiciliada e residente à av. Rio Banco, 608. Foram testemunhas Dr. Custódio Toscano, Dr. Francisco Ivo Cavalcanti e Zelda Cavalcanti. O casamento realizou-se com dispensa de proclamas.

Hercília de Araújo Cavalcanti


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Fazer um artigo genealógico é, muitas vezes, montar um quebra-cabeça, onde algumas peças estão perdidas. Se alguns documentos têm seus erros, as informações orais, por sua vez, sofrem mutilações que acabam confundindo o genealogista. Começamos com uma correção do artigo anterior para noticiar, diferentemente do que foi escrito, que a professora Júlia Alves Barbosa teve filhos, dos quais encontramos os registros de dois: Gustavo José Barbosa Cavalcanti, nascido aos 8 de agosto de 1935, e batizado aos 19 de janeiro de 1936, teve como padrinhos Ulisses Cavalcanti e Ione Cavalcanti (tios); e Maria de Fátima Cabral, nascida aos 15 de março de 1939, e batizada aos 21 de fevereiro desse mesmo ano, teve como padrinhos Dr. Jose Ivo Cavalcanti (seu tio) e sua esposa Josefina Maria Cavalcanti, e casou com Marcelo Cabral de Andrade, em 1960. Ecila Cavalcanti me dá notícia de outro: André Luis Barbosa Cavalcanti.

Sobre Hercília, a primeira esposa do Dr. Francisco Ivo Cavalcanti, inicialmente, não encontramos seu batismo, nem seu casamento, mas seu óbito. Neste, encontrei a informação que faleceu aos 13 de março de 1930. Não havia a causa da morte, nem a idade com que faleceu. Mas, dizia que era natural de Angicos.

Com as poucas informações, pedi ajuda para Dodora Rocha e Ecila Cavalcanti, respectivamente, neta e filha do Dr. Francisco Ivo e d. Hercília. Ambas me forneceram a lista dos filhos, a primeira com o ano de nascimento, a segunda com alguns consortes. Com essas referências, encontrei alguns registros de batismos e outros de casamentos, dos quais extraí algumas informações.

Ecila Cavalcanti, a caçula, foi batizada no mesmo dia que João Cadmo Cavalcanti, aos 30 de março de 1930, em oratório particular (d. Hercília já estava muito doente). Ele nasceu aos 6 de abril de 1928, e teve como padrinhos Dr. Octávio Lamartine e Maria Dinorah Cavalcanti; ela, nasceu aos 18 de julho de 1929, e teve como padrinhos Nelson Newton de Faria e Paulina Eugenia Mariz de Faria.

Isolda Cavalcanti nasceu aos 25 de julho de 1926 e foi batizada aos 12 de fevereiro de 1928, e teve como padrinhos Francisco Gonzaga Galvão e Alcina Pinheiro Galvão. Foi casada com um argentino de nome João Manoel Dinis, segundo Ecila.

Hélia Cavalcanti nasceu em 1 de junho de 1925, e foi batizada aos 11 de abril de 1926, e teve como padrinhos Antonio José de Mello e Souza e Maria de Souza Filha. Casou, aos 4 de setembro de 1943, com Alínio Cunha de Azevedo.
Laize nasceu em 1923 e Hercílio José em 1917, mas não obtive mais nada sobre eles.  

Zelda Cavalcanti nasceu aos 23 de janeiro de 1919, e foi batizada aos 10 de março do mesmo ano, teve como padrinhos Antonio Ribeiro de Paiva e Maria Ribeiro de Paiva. Casou aos 7 de fevereiro de 1947 com Murillo Tinoco Carvalho, natural de Martins, filho do Dr José Tinoco Carvalho e Noêmia Tinoco Carvalho. São os pais de Dodora Rocha.

O general Ulisses Cavalcanti nasceu, em 1 de julho de 1915, e foi batizado aos cinco de dezembro do mesmo ano, sendo seus padrinhos o desembargador Joaquim Ferreira Chaves e sua esposa d. Alexandrina Barreto Chaves Ferreira. Casou, aos 25 de setembro de 1940, com Fanny Ferreira Leite, natural de Curitiba, filha de Júlio Ferreira Leite e Adolfina Luiza Volf Ferreira Leite. Foram testemunhas D. Julia Barbosa, 2ª esposa de Francisco Ivo, e Dr. José Ivo Cavalcanti, tio do nubente, e sua esposa Josefina Cavalcanti.

Ione Cavalcanti nasceu, aos 22 de dezembro de 1913, e foi batizada aos 29 de novembro de 1914, e teve como padrinhos Dr. Sebastião Fernandes de Oliveira, e Alice Fernandes de Oliveira. Casou com José Reis, na catedral aos 24 de fevereiro de 1942. O registro de casamento está quase apagado.

Myrthes nasceu em 1912. Casou com Humberto Fernandes.

Maria Dinorah Cavalcanti, a mais velha das mulheres, madrinha de Ecila, nasceu em 1911, e foi casada com Dr. Octavio Lamartine. Dela encontramos o registro de batismos de dois filhos: Jurema, nascida aos 18 de maio de 1932 e, batizada somente em 30 de janeiro de 1938, tendo como padrinhos Olavo Lamartine e Maria Lamartine; e Clóvis, nascido em Acary, em 27 de novembro de 1934, e batizado aos 27 de novembro de 1937, teve como padrinhos Juvenal Lamartine de Faria e sua esposa Silvina Lamartine.

Dr. Ivo Cavalcanti Neto, o mais velhos dos filhos de Francisco Ivo e de Hercília, nasceu aos 26 de novembro de 1909 e, foi batizado, aos 21 de abril de 1910, tendo como padrinhos o comendador José Gervásio de Amorim Garcia e sua esposa.

No registro de batismo de Ivo aparece os nomes dos pais de Hercília. Eram eles João Xavier de Araújo Sousa e Porcina Araújo Sousa. Embora o registro de óbito informe que Hercília era natural de Angicos, Ecila acredita que era de Macaíba.
Batismo de Ivo Cavalcanti Neto

20/08/2013



NATAL SEM PRINCIPADO

Gileno Guanabara

A cidade do Natal de população não superior a 20 mil habitantes era uma aldeia provinciana nos anos iniciais do século XX.  Ia nas primeiras décadas e ganhou transformações impensáveis no ordenamento urbano. Foram abertas vias que interligaram os bosques, os futuros bairros do Alecrim, Petrópolis e Lagoa Seca. O transporte coletivo através dos bondes comunicou Lagoa Seca ao Alecrim; a Cidade Alta ao Monte Petrópolis e ao sítio “Solidão”, como se denominava o Tirol, indo até o bairro da Ribeira. Houve a criação de escolas públicas e religiosas; a criação da companhia de água e serviços de saneamento; a expansão da estrada de ferro, com a ponte ferroviária de Igapó, cuja estação central se estabelecera na Ribeira, ao encontro da Rua do Comércio e do serviço portuário do cais da Rua Tavares de Lyra. Praças, pavimentação, teatro, comércio e iluminação a gás, enfim, a cidade ganhou foros de modernidade, igualmente a outros centros urbanos do país.
O escambo já não se comportava nos limites da “Feira do Grude”, no Oitizeiro. Consagrou-se o comércio popular com a dimensão da feira do Alecrim. Construíram-se os mercados públicos.
O bairro da Cidade Alta sofrera inovações arquitetônicas. As novas concepções dispensavam a beira e rebuscavam o frontispício das edificações. Provas evidentes estão nas fachadas dos sobrados e casas das ruas centrais de Natal, parte ainda hoje preservada. A obra de edificação do viaduto do Canal do Baldo, na gestão do prefeito Ferreira Chaves, interligou os limites Norte/Sul da cidade, com repercussões sociais. Os moradores não mais poderiam ser divididos simplesmente entre “xarias” e “canguleiros”, entre ricos e pobres.
 Com a mudança dos aspectos externos das construções, ocorreram modificações no seu interior. O hábito de banhar-se no terreiro da própria casa, à beira dos recipientes de água dormida. Os inesquecíveis banhos de cuia, ao lado de fossos cavados, protegidos por tapume de maravalhas, ainda não eram fossas, para o acúmulo dos dejetos e do lixo. A água servida se desviava para a rua. As quartinhas de água fria para beber. Antes do trono de louça, se agachava sobre um toro de madeira e se satisfaziam as necessidades. Sem o papel higiênico, palha de côco, sabugo de milho ou jornal, tinha-se por serventia. O penico sob a cama era útil, descarregado cedo no leito da rua. Durante a menstruação as mulheres reutilizavam as toalhinhas laváveis. Mães/parteiras assistiam às parturientes. Os segredos cochichados de como achar botijas de ouro.
Com o fim da guerra, veio o comércio de variedades. Instalou-se na Ribeira a primeira loja de departamentos, a “Quatro e Quatrocentos”, nome/fantasia das Lojas Brasileiras-LOBRÁS. Após o incêndio que a consumiu, a loja foi reinaugurada na Avenida Rio Branco, onde antes fora a residência da família do Dr. Ivo Cavalcanti.
 Um de seus gerentes, em visita de inspeção a Natal, conferiu o alto índice de furto de produtos da loja praticado pelas balconistas, em geral menores de idade. Escondia-se nas roupas íntimas o produto do furto, daí o escrúpulo que causava ter que lhes inspecionar os corpos. Segundo o dirigente, Natal era uma cidade triste, notívaga e a de maior pobreza no Nordeste. Havia um alto índice de prostituição de meninas/moças. Tal comportamento era legitimado pelas famílias como o meio de “fazer a vida”. O lenocínio era aceito com naturalidade.

Ao término da Segunda Guerra Mundial, Natal se tornara militarizada: a um bordel, em cada esquina, um quartel. Exigências fitossanitárias, com a aplicação da Penicilina obrigatória a fim de evitar o contágio venéreo; recusa popular à vacina anti-gripe espanhola; a distribuição de leite “in natura” a famílias pobres, no Lactário da Saúde Pública; a proliferação do sabão e da pasta de dente, em lugar do pó da casca do juazeiro; a ampliação da mão de obra, com o esforço de guerra. Beber em copo pessoal. Dançar o “Fox trote”. Os cabarés – cópia grotesca da “belle epoque” – entraram em decadência. O cinema divulgou culturas novas. Vieram os automóveis. Tempo das canções românticas entoadas nos rádios, nas vozes de Francisco Alves (“Adeus,/ Cinco letras que Choram”), Pixinguinha, Sílvio Caldas e Ângela Maria, os mais ouvidos.

19/08/2013

QUEM É BOM NÃO MORRE NUNCA!


17/08/2013


 

SOLENIDADE DO ELOGIO DE ARISNETE CÂMARA, À SUA PATRONA NA CADEIRA 25 DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS - SOPHIA LYRA, E DISTRIBUIÇÃO DA PLAQUETE POR UBIRAJARA MACEDO, SOBRE O SEU PATRONO NA AML: JOSÉ MESQUÍADES DE MACEDO.


PRESIDENTE DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS
CÍCERO MARTINS, QUE DIRIGIU A SOLENIDADE.


 SHEYLA MARIA RAMALHO BATISTA FAZENDO LEITURA DA BIOGRAFIA DA ORADORA DA NOITE - ARISNETE CÂMARA MORAIS.



ACADÊMICOS: CARLOS GOMES, RUI SANTOS, LÚCIA HELENA, OLIMPIO MACIEL, JORNALISTA PAULINHA FRASSINETE, VALÉRIO MESQUITA (IHG/RN) E LOURDINHA PEREIRA.



MOMENTO DO ELOGIO À PATRONESSE 

SOPHIA LYRA



UBIRAJARA MACEDO CERCADO DO RESPEITO E AFEIÇÃO DA ESPOSA E DOS CONFRADES DA AML,
APÓS A DISTRIBUIÇÃO DA PLAQUETE SOBRE O SEU PATRONO - O SAUDOSO JOSÉ MELQUÍADES DE MACEDO.



LÚCIA HELENA REPRESENTANDO A ACLA, UBIRAJARA MACEDO E ANDERSON TAVARES DA AML.




ARISNETE, CÍCERO MARTINS, LÚCIA HELENA E CARLOS GOMES


FOTOS: CRÉDITO A VERSOS & DIVERSOS

JOCA LEIROS, O PATRIARCA
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Sex, 16 de Agosto de 2013


Valério Mesquita* 
www.valeriomesquita.ubbihp.com.br 

Nem poeta, nem herói. Apenas um simples que soube sonhar o seu sonho. Um mágico que hoje a força evocativa do tempo devolve a sua magia criativa de pioneiro do teatro em Macaíba. João Viterbino Leiros nasceu em Natal mas viveu toda a sua vida praticamente em Macaíba até falecer em 1958. Humano, caridoso, acessível, carismático, escreveu peças teatrais e interpretou outras tantas nos anos vinte, trinta em Macaíba quando viveu o seu apogeu cultural. Arte cênica, duas bandas de música, um piano em cada rua aristocrática, enfim, Macaíba ditava até a moda através de grandes empórios comerciais de roupas, calçados, perfumarias, bijuterias que chegavam ao seu Cais do Porto trazidos por embarcações, antes mesmo de Natal. João Leiros viveu nesse tempo. E nele constituiu com D. Elvira uma prole feliz de oito filhos que se desdobrou em 40 netos, 93 bisnetos e 44 tataranetos, somando 185 descendentes diretos. Que exemplo de vida! Espiritualista, Joca Leiros cultivou a doutrina kardecista onde no sítio Salerno gravava no senso frágil e trágico da brevidade humana, os sinais de sua mensagem. 

Um traço característico e inconfundível dos Leiros, herdado do patriarca foi o gosto pela cultura. Na grande maioria, dos seus descendentes o culto às letras, a música, ao teatro e até ao espiritualismo revelou-se de forma ampla, em todos os segmentos de vida. 

Ao traçar o seu breve perfil, parabenizo a Fundação José Augusto que resgatou o valor e o talento do mestre João Leiros ao denominar o auditório da Casa de Cultura Nair de

Andrade Mesquita, com o seu nome. De parabéns a Fundação José Augusto e o Instituto Pró-Memória de Macaíba que se uniram nesse gesto dignificante para redimensionar a vida cultural da cidade no presente, resgatando do seu passado a figura maior da arte de criar e representar que se encarnou em João Viterbino de Leiros. 

(*) Escritor.

ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES MOSSOROENSE (AFLAM)

Ofício Nº 40/2013                                                     Mossoró/RN, 13 de agosto de 2013 Concessão de Homenagem           



Exmª  Senhora

Lúcia Helena Pereira

Escritora e poetisa

Servimo-nos do presente para comunicar que V.Sª foi escolhida por unanimidade em Assembleia Ordinária, para receber a homenagem da Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense (AFLAM) com o título de “SÓCIA AMIGA DA AFLAM”, por ocasião do I Encontro Estadual das Academias e Entidades Afins, coroando as festividades celebrativas do seu aniversário de 6 ANOS de existência.

Para tanto, solicitamos de V. Sª o envio do currículo resumido.

Imbuída do propósito de fortalecer o movimento cultural e intelectual da cidade de Mossoró, o evento ocorrerá nos dias 15 e 16 de Agosto, do ano em curso, no Hotel Thermas, sendo uma iniciativa da AFLAM, visando proporcionar uma interação e integração entre as Academias e Entidades; um acontecimento considerado inédita no Rio Grande do Norte, e, ao mesmo tempo, provocador de um grande avanço no universo Lítero-Cultural e das Artes, na região. 

Cordiais saudações,



Maria Conceição Maciel Filgueira

      Presidente da AFLAM

         (84) 9815.3604)

SEXTA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2013






O  INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA - INRG 
VOLTA A SE REUNIR
ORMUZ, ANTONIO LUIZ, GEORGE VERAS, ODÚLIO BOTELHO, JOÃO FELIPE, CARLOS GOMES E LUIZ GONZAGA CORTEZ TIVERAM UMA TARDE DE BONS PAPOS E ELABORAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS PARA OS TRABALHOS DA INSTITUIÇÃO.
FIQUEM ATENTOS PARA A PRÓXIMA CONVOCAÇÃO E PREPAREM SEUS TRABALHOS PARA A NOSSA REVISTA NÚMERO DOIS.

16/08/2013


Professora Júlia Alves Barbosa


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG

Depois que escrevi o último artigo, que foi postado neste “O Jornal de Hoje”, no dia 6 de agosto de 2013, recebi a notícia, de Dodora Rocha, que seu tio, Leonardo Trindade Cavalcanti, tinha falecido, em Recife, na segunda-feira, dia 5 de agosto. Ele era filho, como vimos nesse artigo, de Dr. Francisco Ivo Cavalcanti e de sua 4ª esposa Marta Trindade.

Quando Francisco Ivo enviuvou da 3ª esposa, Venice Dantas, casou com Marta Trindade. Venice era mãe de meu colega do colégio marista, Francisco Ivo Dantas Cavalcanti, que também mora em Recife.

As histórias de pessoas ilustres ficam mais interessantes quando se conhece os parentes delas. Por isso, fui buscar informações sobre os ascendentes das nossas personagens, em estudo.

A 2ª esposa do Dr. Francisco Ivo era a professora Júlia Alves Barbosa. Seu batismo, conforme o registro, é o que segue: aos oito de fevereiro de mil oitocentos e noventa e nove, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, batizei Júlia, nascida aos dezoito de novembro do ano passado (1899), filha legítima de Pedro Alves Barbosa e D. Júlia Alves Barbosa, sendo padrinhos Juvino Barreto e D. Ignez Barreto. Do que faço e assino este termo. O pároco João Maria Cavalcanti de Brito.

Pelos jornais antigos, encontro que o pai de Júlia era major e foi suplente de intendente da nossa cidade do Natal. Descubro, também, que a mãe de Júlia, que tinha o mesmo nome, faleceu aos 11 de fevereiro de 1907, de eclampsia, com apenas 35 anos de idade, deixando cinco filhos. Nesses mesmos jornais, aparecem os nomes de irmãos de Júlia: Luiz que aniversariava em 24 de setembro e Lucilla, em 2 de agosto. D. Júlia, mãe, aniversariava no dia 14 de outubro; e o major Pedro Alves Barbosa aniversariava no dia 26 de abril.

Pedro Alves Barbosa casou com D. Júlia Alves de Mello, na Capela do Bom Jesus das Dores, aos dez de maio de 1893. Ele, natural de Recife, filho legítimo de José Alves Barbosa e Severiana Alves Barbosa; ela, natural de Goiana de Pernambuco, filha legítima de José Joaquim de Mello e Emília Alves de Mello. Ambos moravam no bairro da Ribeira da cidade do Natal.

O casamento de Francisco Ivo Cavalcanti com Júlia Alves Barbosa foi aos 4 de junho de 1932. O documento de registro, diferentemente de outros que encontrei, é uma tabela, onde nas linhas e colunas são escritas as informações. Embora tenha partes ilegíveis, dá para ler que ele tinha 40 anos e ela 33. As testemunhas parecem ser José Pedro do Monte e Ulisses de Góis. Desse enlace não resultou filhos. Ela faleceu em 17 de novembro de 1942, não havendo no registro informações sobre a causa da morte.

Pela internet vemos que a professora é muito festejada. Foi uma das fundadoras da Associação de Eleitoras Norte-rio-grandense e a segunda eleitora do estado do Rio Grande do Norte. Foi eleita para a Câmara Municipal do Natal, sendo, portanto, a primeira vereadora da Capital (1928). Consta, também, que foi a primeira mulher a lecionar matemática na Escola Normal de Natal.

Sobre Dona Hercília Araújo, 1ª esposa de Francisco Ivo, falaremos em artigo posterior.
Batismo de Júlia